terça-feira, 15 de junho de 2021

A dor do amor - Michely Souza


A DOR DO AMOR

-Conto de Michely Souza, produzido durante o projeto Amor On-line desenvolvido na E. E. Cid Rosado -

       Em um belo dia ensolarado, Pedro um rapaz de 28 anos que mora em Londres, conheceu uma linda moça de nome Isabella de 21 anos que mora na cidade de Oxford pela internet.

      Pedro trabalha em um museu em Londres chamado Museu Britânico, localizado no centro da cidade, onde Isabela irá fazer uma excursão. Dias antes, Pedro estava em um site de pesquisa sobre ossos antigos e Isabella havia comentado em um artigo do mesmo site, Pedro achou o comentário de Isabella muito coerente e resolveu respondê-la com elogio; dias depois, Isabella respondeu ao elogio que Pedro tinha feito e assim surgiu uma conversa que se desenvolveu para uma nova amizade, regada diariamente através de mensagens via WhatsApp e ligações telefônicas.

            As conversas entre Pedro e Isabela eram frequentes e aconteciam em vários momentos do dia, nem precisa dizer que diariamente um esperava mensagens do outro. O que não faltava era assunto para eles conversarem, era papos agradáveis que impulsionava essa amizade.

      A excursão de Isabella foi cancelada após seu tutor sofrer um grave acidente de carro, com isso Isabela resolveu avisar a Pedro, pois eles haviam marcado de se encontrar momentos antes do início da excursão para se conhecerem pessoalmente. Pedro ficou bastante chateado, pois estava com muita esperança de encontrá-la.

    Passaram-se alguns meses e eles continuavam suas conversas e ligações, até que um dia, Isabella não mais o respondeu. Pedro obviamente ficou muito preocupado com a moça, mas não poderia fazer nada a respeito de seu sumiço a não ser esperar respostas da própria Isabella, já que não tinha outra forma de obter informações sobre ela.

     Um dia, Pedro estava no museu quando recebeu um SMS de Isabella por volta das 14:20, não pensou duas vezes para lhe responder.

As mensagens trocadas diziam:

ISABELLA: Oi, desculpas pelo sumiço. Você está bem?

PEDRO: Oi, onde você estava? O que aconteceu? Por que sumiu?

ISABELLA: Aconteceu algo, mas preciso que mantenha calma...

PEDRO: O que aconteceu, Isabela? Nossa, eu tenho tanto para te falar sobre nós, eu andei pensando muito sobre a gente, no nosso futuro...

ISABELLA: Pedro, agora não é hora.

PEDRO: Mas você não vai acreditar, eu descobri que não te amo apenas como um amigo, eu quero ser mais que isso Isabela, eu te amo.

       E novamente Isabella o silêncio de Isabella volta a reinar, ela para de responder as mensagens e Pedro fica aflito, com medo de ter feito besteira em se declarar para Isabella e esse ser o motivo de seu sumiço.

Pedro resolveu procurar a mãe de Isabella nas redes sociais, pois sabia o nome dela e em uma das conversas entre eles, Isabella lhe havia enviado uma foto de sua mãe.

Após muita pesquisa, ele a encontra na rede social e não pensa duas vezes em perguntar por sua filha. Amanda, a mãe da Isabella, responde Pedro e fala que sua filha foi embora.

Pedro fica enlouquecido e pergunta o porquê e para onde. Pedro estava tão desesperado por notícias de Isabella que não prestou atenção na última publicação de Amanda em seu perfil, a senhora Amanda resolve lhe falar toda a verdade. Chama Pedro para o bate-papo dessa rede social e dão continuidade a conversa.

AMANDA: Pedro, procurei mil formas de lhe dar esta notícia, pois sei que a Isabella já te amava muito e que você era especial para ela.

 PEDRO: Como assim “era"? O que aconteceu com Isabella?

 AMANDA: Infelizmente nossa Isabella se foi em um acidente de carro a caminho de Londres, ela decidiu ir ao seu encontro meses atrás...

 PEDRO: Não é possível, ela falou comigo há duas semanas.

 AMANDA: Não, meu filho, não era a Isabella. Era eu! Iria te contar tudo, mas você foi tão amoroso, até se declarou para ela, esse fato me fez perder a coragem de te contar a história real.

      Ao ler a última mensagem, Pedro parou de responder a Amanda e claro, ficou destruído pela notícia da morte de sua amada. Sentindo-se culpado pela sua morte, Pedro se questiona o porquê de não ter se esforçado para encontrar (conhecer) sua amada.  

            Façamos do hoje o momento para realizar nossos desejos e sonhos, pois o amanhã poderá não mais existir.


 

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Início - poema de CN



 

O amor sacrificado - conto de Antônio Altevi Bessa Filho

 



Um certo dia, Carlos, um jovem de 16 anos de idade, recebeu uma mensagem em seu Instagram, no qual possui mais ou menos 1600 seguidores, um perfil comum de uma pessoa anônima que só estava na rede para curtir publicações postadas. 

A mensagem dizia:

        “Você foi escolhido aleatoriamente para participar de um exame de seleção, para a loja Live the Look, aqui em Petrópolis para ser a cara estampada na nossa marca". 

Carlos sem entender muito bem aceitou participar do exame, logo foi adicionado a um grupo de WhatsApp, no qual havia mais umas 6 pessoas, 4 mulheres e 2 homens. No dia seguinte, Carlos tinha uma ligação perdida no histórico de seu celular, ao conferir viu que havia sido de um participante que estava no grupo para fazer o exame, ele mandou mensagem que logo foi visualizada e recebeu um áudio dizendo:

          - Oi, aqui é o Mário, desculpe ter ligado pra você, fui ligar pra minha amiga e me enganei.  

           Carlos respondeu:

           -Certo, eu só vi a ligação e como não tenho seu contato salvo resolvi perguntar.

           Passaram semanas e eles não paravam de tocar mensagens. Carlos ali flertando com Mário resolveu abrir o jogo e falar que era virgem.

           Mário respondeu:

-Eu perdi a minha virgindade aos 15 anos de idade com um cara que eu conheci no Grindr.

        Carlos meio envergonhado por ter falado demais, pediu para Mário esquecer o que ele tinha falado. Mário riu e disse que não tinha nem como acreditar que um menino gay de 16 anos ainda seria virgem. Mário que era mais espontâneo resolve marcar um encontro com Carlos para eles se conhecerem pessoalmente. Carlos, com um frio na barriga, aceita se encontrar com Mário na praça da Consolação, localizada na Travessa dos Espinhos no centro de Petrópolis, a mais ou menos duas horas de ônibus da sua casa.

           No dia do encontro com Mário, Carlos vestiu uma camiseta branca de gola, um short jeans preto curto com alguns rasgões, colocou um tênis All Star com meias longas e de cor preta. Carlos saiu de casa às 15:00, pegou três ônibus e um metrô, chegando na praça da Consolação, às 17:10, procurou Mário que, conforme combinaram, estaria com um moletom cor de rosa, uma calça cinza, tênis branco da marca Fila e um boné escuro que cobria quase todo seu rosto.

          Quando Carlos avistou Mário, ficou nervoso e com medo, mas mesmo assim foi em sua direção, eles se abraçaram e começaram a conversar enquanto estavam comendo um belo sanduíche de peito de peru com um suco de abacaxi espumoso e docinho.

       Logo Carlos enfrentou sua vergonha e o beijou sendo retribuído depois. Carlos já gostando de Mário pergunta se ele quer ir pra um lugar reservado. Mário reluta, mas aceita o convite e disse que não rolaria nada, a não ser uns beijos e umas mãos bobas. Às 20:30 Carlos e Mário se despedem, pois já era tarde para Carlos ir para casa. Ao chegar em casa ele já havia recebido uma mensagem de Mário, a qual respondeu de uma forma bem carinhosa. 

               Duas semanas após o encontro entre os dois, chega o dia tão esperado por Carlos, o exame de seleção da Live the Look. Ao receber o endereço ele mandou mensagem para Mário que também iria no exame, Carlos falou que o amava e estava muito feliz por estarem sempre juntos.

          Ao chegar no endereço marcado, Carlos vê um prédio de tijolos com uma fachada rústica e meio brega. Ao entrar ele sobe por uma pequena escada de madeira de bétula branca, ao fim da escada Mário e mais cinco pessoas, estavam conversando rindo das piadas de Mário. No exame iam entrando um de cada vez aleatoriamente, Mário foi o primeiro a entrar na sala depois foi, Samantha de 20 anos, Vitória de 17, Thomas de 16, Elisa de 19 e Madalena de 18, Carlos foi o último a entrar na sala. Ao entrar ele avistou uma mulher de mais ou menos 45 anos sentada atrás de sua mesa, segurando sua foto, Carlos já com pé atrás, senta e começa a falar com essa senhora, quando de repente recebe um golpe na cabeça e cai da cadeira desmaiando.

         Quando o Carlos acordou, estava no centro de um círculo vermelho com todos ao seu redor inclusive Mário, que estava segurando uma faca em sua mão direita. Carlos então pergunta:

         -Por que eu estou aqui preso com todos vocês ao meu redor?

Logo a senhora responde:

       - Estávamos precisando de um jovem do sangue puro e do corpo virgem como você.            

Carlos sem entender nada pergunta a Mário por qual motivo ele estava ali, Mário responde: 

         -Hoje você é o nosso sacrifício.