domingo, 19 de agosto de 2012

Há umagota de sangue em cada poema – Mário de Andrade


Assim como há resquício de barro
Nas estradas asfaltadas
E ruínas pelo impacto das guerras
e catástrofes
Há em cada poema uma lágrima;
Assim como ecoa aplausos e vaias
Da grande semana!  Onde sobra
Pedaços mastigados na antropofagia
Mário não desperdiçaria uma idéia
Sem que esfacelasse fontes, rituais e oferendas.
Há uma gota de suor em cada letra
E em cada verso um gozo de dor
Por que sempre a dor do poeta?
Simples…  É exatamente aí que sucumbi
As mágoas de exprimir pelo dom;
E despedir a força vital paulatinamente…
Mas há de deixar cada poeta, em cada página seca
A ata boêmia, idéia difusa e
sua vida latente!

Nenhum comentário:

Postar um comentário